As pessoas praticam exercícios e atividade física por diversos
motivos. Estética e desempenho são os principais deles. Os
nutricionistas e educadores físicos frisam e trabalham a questão da
importância do ganho de massa magra e perda de massa gorda tanto para a
prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (doenças metabólicas,
hipertensão, doenças cardiovasculares, doenças osteoarticulares e
outras). Entretanto, as pessoas precisam entender como o controle
metabólico leva ao aumento da massa magra e à redução da massa gorda.
Esse é o objetivo do presente artigo, esclarecer o tema de forma clara e
simples.
Primeiramente, vamos discutir um pouco sobre a composição corporal.
As técnicas usadas para medir a composição corporal nas academias e
clínicas levam, geralmente, em consideração a teoria de que o corpo
humano é composto por dois compartimentos básicos: um de gordura e outro
livre de gordura. O compartimento da gordura corresponde à massa gorda
propriamente dita. O compartimento ausente de gordura (todo o resto) é
a massa magra e inclui a massa muscular, a massa óssea, o sangue, a
pele, os órgãos, enfim tudo o que sobrou. Quando falamos em ganho de
massa magra por meio do exercício nos referimos, principalmente, ao
aumento da massa muscular, da massa óssea e do volume sanguíneo –
assim, massa magra não é sinônimo de massa muscular.
Para que o incremento da massa magra aconteça são primordiais dois
fatores: o exercício e a dieta adequada. Por dieta adequada entendamos
tanto nutrientes quanto energia, pois a dieta restrita em calorias nem
sempre proporciona ganho de massa magra e nem perda de massa gorda pelo
fato de ser limitante e comprometer o desempenho do exercício. Na
prática as pessoas treinam e não obtém resultados, aumentam o volume de
treino e continuam estagnados. É nesse momento que a nutrição assume o
papel de “correção” e faz o metabolismo energético se equilibrar.
Como metabolismo energético, podemos entender as reações químicas
dependentes de uma série de nutrientes e que ocorrem no interior das
células, inclusive nas fibras musculares. A própria contração muscular
depende do aporte adequado de cálcio e magnésio para ocorrer de forma
perfeita. A quebra (lipólise) e queima (oxidação) de gorduras – que leva
à redução da massa gorda – dependem do aporte de vários nutrientes na
mitocôndria, que é a organela celular responsável pela oxidação
lipídica. Podemos citar vitaminas como niacina, riboflavina, piridoxina;
minerais como ferro, cálcio e fósforo, por exemplo. Contudo, em termos
metabólicos todas as reações se interligam em algum ponto do mapa
metabólico e a deficiência de um nutriente pode afetar reações químicas
em outras vias metabólicas.
Via de regra, para a síntese e manutenção da massa magra, a
necessidade energética do indivíduo deve ser respeitada, bem como as
recomendações nutricionais dos vários nutrientes existentes. O déficit
energético pode ativar a queima de proteínas em detrimento das gorduras
na mitocôndria na ausência do aporte energético adequado. Um erro
bastante comum é as pessoas acreditarem que os alimentos ricos em
carboidratos devem ser extremamente restritos na dieta para que a perda
de massa gorda ocorra – mas elas desconhecem e desacreditam que uma das
principais funções dos carboidratos é fornecer energia imediata para a
contração muscular (de forma muito mais eficiente em comparação com os
lipídeos), o que promove ganho de massa magra e, em médio e longo
prazo, a perda de massa gorda. Outro erro é acreditarem que para
sintetizar músculo há necessidade de grande ingestão de proteínas – na
verdade, o excesso de proteína é oxidada na mitocôndria, não
direcionada para a síntese muscular.
A norma ouro da Ciência da nutrição é o equilíbrio, ou seja, nem mais
e nem menos em termos de ingestão de nutrientes e calorias – por isso a
suplementação sempre exige cautela dos profissionais nutricionistas.
Assim, faz-se importante a atuação conjunta do nutricionista
e educador físico para o estabelecimento de resultados potencializados.
E também, as pessoas precisam ter em mente que a dieta faz parte de um
estilo de vida, que quando alterado implica em necessidade de
avaliação da alimentação – o nutricionista é o profissional capaz de traçar metas condizentes com objetivos seguros e saudáveis ao estilo de vida de cada indivíduo.
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